A médica sul-africana que fez o primeiro alerta sobre a variante ômicron do coronavírus citou sintomas leves em seus pacientes. Não há, ainda, informações consolidadas sobre a variante.
Angelique Coetzee disse, em entrevista ao jornal britânico “The Telegraph” neste domingo (28), que notou um aumento de pessoas jovens e saudáveis com sinais de fadiga em seu consultório.
“Os sintomas que eles apresentavam eram muito diferentes e mais leves dos que eu havia tratado antes”, afirmou a profissional da saúde.
Após testes que confirmaram a suspeita de Covid-19, ela passou a reparar em sintomas que chamou “incomuns” para a infecção.
Além dos casos de cansaço e dores no corpo, Coetzee relatou uma criança de seis anos com batimentos cardíacos bastante acelerados para a idade.
Variante ainda é pouco conhecida
Reportada na semana passada pelo centro de vigilância a nova variante do coronavírus ainda é pouco conhecida por cientistas e pesquisadores.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que precisará “de várias semanas” para compreender melhor esta nova variante do coronavírus.
Não há, até o momento, nenhuma certeza sobre sua gravidade e se ela apresenta resistência à vacinação – que é bastante baixa nos países do sul africano, onde foi identificada.
Na África do Sul, quase 24% da população está totalmente vacinada. Em Botsuana, menos de 20%. Já no Brasil, a situação é outra. 60% da população tomou as duas doses da vacina ou a dose única.
Metade dos infectados que marcaram consulta com a médica de Pretória não havia se vacinado, segundo relatou Coetzee ao jornal britânico.
Ela reportou suas suspeitas ao comitê responsável pelo acompanhamento da pandemia após, em 18 de novembro, após atender a uma família com quatro infectados apresentando os mesmos sintomas.
Segundo a médica, mais de 20 pacientes com Covid-19 tiveram sintomas parecidos – principalmente o cansaço. A maioria dos infectados eram homens.
Origem da variante
A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul.
O primeiro caso confirmado da B.1.1529 foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021. De acordo com OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes.
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“Evidências preliminares sugerem uma alta no risco de reinfecção com a variante, comparada com as outras versões do coronavírus”, disse a agência de Saúde das Nações Unidas em um comunicado.
Nas últimas semanas, as infecções do coronavírus vinham aumentado abruptamente no país, o que coincide com a detecção da nova variante B.1.1529.
A situação epidemiológica no país tem sido caracterizada por três picos de casos notificados, sendo que o último era com a variante delta.
Com informações do G1